sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Curto Circuito - uma ótima opção para curtir um som de qualidade.

Sempre com o intuito de fazer sempre algo para o som de qualidade, o dj e apresentador do Som do Dias, Sérgio, sempre que pode organiza algo do gênero e obtém uma qualidade sempre presente nas atrações que escala para seus eventos e ontem a noite não foi diferente. Uma quinta feira aonde teria a mesmice de sempre que seria ir para a faculdade e vir para casa foi alterada para uma noite regada a som alternativo de qualidade e mais do que nunca originalidade. Duas atrações sensacionais fizeram parte deste fest que promete muito mais para as próximas edições conforme fiquei sabendo ontem.
Mas algo anda me incomodando um pouco e não é nada pessoal o que irei digitar agora mas serve de reflexão a todos nós. Muito se comenta acerca do fim das bandas principais das quais gostamos tanto num futuro próximo já que muitas delas beiram os 30, 40, 50 e quase 60 ( Stones) anos de estrada. Isso será inevitável. A Blaster um dia irá fechar também ou você acha que o Rafa irá durar para sempre? Gostaria muito que isso acontecesse mas não irá. Logo logo ele vai fechar as portas e aí não teremos mais aquele lugar tão cativo para conversar sobre música em geral. O que me deixa mais incomodado é o quanto as pessoas andam se distanciando uma das outras. Separadas em grupos, as pessoas que curtem rock não se interagem do jeito que se interagia por exemplo os hippies ou até mesmo nos 80 as coisas eram mais unidas. Mas aí veio a tecnologia. E aí veio também os grupos de whatsapp e a divisão começou. É triste saber que, quando a Blaster fechar, a galera ficará mais separada ainda, sempre querendo se comunicar menos pessoalmente e mais virtualmente. Se o rock foi criado para ser uma unidade unificada aonde todos estariam juntos, os fãs do estilo não andam cumprindo com o significado da coisa. Pelo contrário, ficam se apegando em assuntos que em nada contribuem para o bem estar e que simplesmente se distanciam sem a menor preocupação. Acho que com a morte desses caras e o fim de bandas como Metallica, Iron Maiden, Scorpions, entre outros senhores teremos o fim também dos encontros entre amigos já que estando conectados virtualmente "nada mais importa".
Ontem no evento, vi turmas de amigos se divertindo, interagindo e ás vezes fico me perguntando se eu tenho tal turma. Sim, tenho amigos mas uma turma para me encontrar sempre fora da Blaster, eu não tenho. Portanto o que me resta é sair um pouco e curtir um som ou mesmo estar em casa em companhia das minhas cachorras e dos meus pais mas aqui no meu quarto ouvindo um som. Quando quero sair? Apenas saio, a cidade é maravilhosa e temos lugares bem bacanas para frequentar como o Pátio Iporanga ou até mesmo a biblioteca do CCBEU aonde encontro uma paz sensacional.
Voltando ao evento, tivemos o Baby Scream, capitaneado pelo sempre brilhante Juan Pablo Mazolla e o A sea of Leaves, banda local que já conta com um ep e um disco inteiro e prepara-se para mais um disco de inéditas.
Iniciando a noite tivemos Juan que contou com músicos experientes em sua line up entre eles o guitarrista Ricardo Aracon e o baterista Enrico. Fechando com o baixista Guz Natale tivemos um show de músicas cativantes e um cara que entrega sua energia a serviço da música. É certo que o Baby Scream resume-se a seu criador e líder mas ele prefere o clima de banda agindo com simplicidade e se divertindo pra caramba. Falar da competência dos músicos é chover no molhado mas o que o guitarrista Ricardo faz é algo empolgante, o cara simplesmente arrepia!!!!! O batera Enrico também toca sua bateria de maneira comprometida aonde não permite malabarismos desnecessários. Tocando músicas do Baby Scream, Juan simplesmente não necessita de covers pois as faixas que compõe são estupendas demais não devendo nada a muito compositor mainstream. Feeling, melodias e uma voz única. Ao final da apresentação o mesmo com a simpatia de sempre ainda me presenteou com o ep Multiverzal, projeto que montou ao lado do chapa Mariano Azcurra . Aqui consiste em 4 temas, sendo 2 versões em castelhano de faixas do citado Baby Scream e duas inéditas cantadas por Juan em inglês. Tente ouvir agora mesmo Spoiled but happy ( Juan), En el fundo del mar ( Mars, essa com Mariano), You lost the keys again ( Juan) e fecha com Triste en Berlin ( Mariano). Agora falta somente o disco inteiro!!!!!!!
Fechando a noite tivemos o A sea of Leaves e seu shoegaze com misturas de indie rock, post punk e similares tocando faixas simplesmente matadoras. Além de guitarrista muito bom, Edu ainda possui uma das vozes mais agradáveis que sai com emoção, uma entrega verdadeira dum artista preocupado única e exclusivamente com sua música. Guz e Enrico mantém a cozinha sempre impecável para o frontman e guitarrista seguir tranquilo em suas melodias misturadas a efeitos dissonantes e peso no som de seu instrumento. Ou você acha que banda shoegaze não toca pesado? O que vi foi um show duma banda entrosada e que gosta do que faz. Terminada a noite, me dirigi a o ponto de ônibus e fui para a casa feliz pela noite de ontem. Agradeço a companhia do amigo Tarso e a presença de outras pessoas bacanas além das bandas e de Sérgio Dias. Quando eu prestigio o cenário santista eu vou aonde tiver música que me faça sorrir, seja metal ou alternativo ou hardcore, não importa. O importante é manter, antes de tudo, a chama acesa e que lugares como a Stormix mantenham as portas abertas sempre pois assim teremos lugares legais para irmos na cidade.
Lembre-se: a música foi feita para nos unir e para nos diluir. Boa tarde a todos.
Capa do projeto de Juan Pablo Mazolla e Mariano Azcurra.

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